sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O QUE É COISA COM COISA?

Leia o texto e reflita um pouco sobre as “coisas” que você anda falando por aí.







O QUE É COISA COM COISA?


(Max Gehringer)






Quer fazer a coisa certa? Então trate de entender como a coisa funciona. Vivemos deixando de fazer certas coisas para fazer as coisas certas.

Se tem uma coisa que anda incomodando a língua portuguesa, é a coisa. o único consolo é que "coisa" é uma dessas raríssimas palavras que existem em qualquer idioma, e em todos eles têm o mesmo significado, isto é, coisa.

No princípio, Deus criou as coisas, ensina o Gênesis, para só depois criar o Homem. Quer dizer, geneticamente falando, que tudo que não era gente era coisa. isso durou até 1963, quando finalmente o poeta Vinícius de Moraes decidiu elevar também o ser humano à categoria de coisa: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..." A bem da verdade, nenhum grande escritor resistiu à coisa, e o próprio Shakespeare notou que existem muito mais delas entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia.

Mas o que antigamente era um artifício poético e literário acabou virando arroz-de-festa. Tem até lugar onde a coisa passou a ser flexionada ("O coiso, como é mesmo o nome dele?") ou conjugada ("Eu estava coisando quando a máquina pifou"). Ou por preguiça ou por economia de neurônio, as pessoas passaram a abusar da coisa: por que aprender a falar empregabilidade se é bem mais fácil dizer "aquela coisa que eu não tinha e por isso perdi o emprego"? Nas empresas, a coisa já se tornou um sinônimo bastardo de qualquer coisa:


-Quer saber de uma coisa? Pra mim chega.


- Chega do quê?


- Cansei. E uma coisa eu digo: não sou só eu.


- Peraí, me explica melhor.


- Explicar o quê? Vai me dizer que você é a favor desse estado de coisas?


- Sei lá. Você nem me disse ainda o que está acontecendo.


- Acorda, cara! A coisa tá preta nessa empresa.


- Taí, eu não acho.


- Como, não acha? Isso aqui é coisa de doido.


- E digo mais. Prá mim, tá tudo ótimo.


- Opa, até você? Eu bem que desconfiava. Aí tem coisa...


Convenhamos: a coisa já passou do ponto, e esse é o âmago da questão. Ao mesmo tempo que estão adquirindo fluência em inglês e em outros idiomas alienígenas, muitos profissionais insistem em espezinhar o português escorreito. A proliferação indiscriminada da coisa é um bom exemplo disso. Nas empresas, a hiperespontaneidade na comunicação está roubando aos diálogos a consistência e a praticidade. mas a boa linguagem corporativa jamais admitirá tais atalhos verbais. Quem realmente busca a excelência em todas as suas dimensões tem por obrigação permear-se com um vocabulário eclético e dinâmico. O tempo ensinará aos despreparados que o sucesso só premia os que sabem administrá-lo multifacetadamente, e isso inclui o repúdio ao uso do palavreado fácil e o respeito ao vernáculo.

Apenas após dominar as nuances de sua língua pátria é que alguém poderá alardear que atingiu a plenitude profissional. Porque só aí terá compreendido e absorvido os três pilares básicos em que se apóia a essência da filosofia corporativa, a saber:


1. Entender como a coisa funciona.


2. Fazer a coisa certa.


3. Falar coisa com coisa.

                                                                                                                          [Revista Você, abril/2000]

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Encerrou-se no último dia 16 de agosto a primeira etapa da Olimpíada de Língua Portuguesa de 2010. Essas olimpíadas, promovidas pelo MEC, acontecem bienalmente, e propiciam ao aluno experiências enriquecedoras na produção de textos, aproximando-os da diversidade de gêneros. O 1º Ano participou com a produção de crônicas. Uma fala de Davi Arrigucci Jr. consegue extrair com propriedade a essência do gênero: “Às vezes a prosa da crônica se torna lírica, como se estivesse tomada pela subjetividade de um poeta do instantâneo que, mesmo sem abandonar o ar de conversa fiada, fosse capaz de tirar o difícil do simples, fazendo palavras banais alçarem voo.” Reproduzimos abaixo a crônica escolhida para representar a escola na seletiva regional, de autoria de Rodolfo Guilherme C. Queiroz, aluno do primeiro ano B matutino, orientado pela professora Keyla e o artigo de opinião, do aluno Jerferson da Silva Santos, do 3° ano A matutino, orientado pela professora Geane Lira.




CRÔNICA:


Para além da minha janela




Vou à minha janela em busca de uma inspiração para escrever uma crônica, sem ideia alguma de como iniciar, então passo a observar o que se passa em minha rua.

Vejo crianças pequenas, distraídas, somente brincando. Ao perceberem minha presença na janela, elas começam a chamar minha atenção. Escuto-as comentando umas com as outras, certamente sobre minha presença. Como se eu não soubesse o que se passa naquelas cabecinhas! Pobres coitadas! Mas continuo observando-as com a minha busca infinita de escrever algo que não sei nem por onde começar.

Repentinamente, vejo que a minha presença na janela faz com que mude a intenção da brincadeira daquelas crianças, o que era uma brincadeira apenas para diversão se tornou algo mais: chamar minha atenção. Antes elas estavam um pouco distantes, do outro lado da rua. Todavia, pouco a pouco, elas se aproximam da minha janela. Meio sem jeito e temerosa, uma garotinha senta perto de onde estou e fixa seu olhar sobre mim. Logo pensei: aí vem perguntas, meu Deus!

A menina tímida e sem graça engoliu bem a saliva e finalmente me perguntou, com uma voz baixa e suave, qual era o meu nome, então eu respondi. Para minha surpresa ela sorriu. Seu rosto sereno e calmo se encheu de uma satisfação, um lindo sorriso de uma criança. Por que sorriu assim? Então percebi que o motivo da alegria dela era simplesmente porque ganhou um amigo, que, na sua concepção, era como se tivesse ganhado um lindo presente.


Algo a esperava. Seus pais a chamaram e pediram que ela entrasse na casa. No entanto, o brilho, a satisfação daquela criança não foi embora. Seu último gesto foi um simples tchau com um belo sorriso.

Portanto, foi nesse encontro e desencontro de idéias que subestimei a minha capacidade de escrever, mas foi para além da minha janela, observando o silêncio e o movimento da rua que consegui a temática da minha crônica: um olhar, apenas um olhar tímido, terno, mas audacioso, corajoso ao ponto de olhar para o infinito e ver que quando se deseja algo, basta ir para além da janela.


Rodolfo Guilherme C. Queiroz



ARTIGO DE OPINIÃO:
 
PIRATARIA: Crime ou Esperteza?
 
A tecnologia, nos últimos tempos, tem avançado muito e isso faz com que as pessoas queiram, cada vez mais, coisas novas e que facilitem o seu dia-a-dia, porém nosso país ainda é subdesenvolvido em relação a produção de vários produtos tecnológicos. Portanto, importamos de países desenvolvidos, o que encarece muito o produto.

A camada social mais baixa sempre quis ter esse tipo de produtos, entretanto não possui condições financeiras para tanto, surgindo assim a pirataria.

A pirataria é simplesmente contrabando ou produção de material feitos de forma irregular, o que pode ocasionar problemas de saúde, como por exemplo os cigarros pirateados, que são ainda mais nocivos que os produzidos na legalidade. A pirataria chegou a vários lugares no mundo, desde pequenas cidades como Itapetinga (podemos ver produtos pirateados no centro da cidade todo, DVDs, CDs, brinquedos, celulares, bonés etc) até megalópoles como São Paulo.

Os produtos piratas são bem mais baratos que os originais, porém acabam sendo uma “pegadinha”, pode custar sua vida ou a de pessoas que são exploradas para produzir esses mesmos produtos em extremas condições de pobreza. A pirataria tem ligação direta com o tráfico de armas e drogas, além de danificar o seu aparelho (no caso de CDs e DVDs) e não tem garantia.

Devemos ter muito cuidado no que fazemos, o que parece ser a economia de alguns reais é, na verdade, contrabando e crime. Esse problema cabe só a nós resolver, nos conscientizando e nos questionando: Será que vale mesmo a pena?

                                                                                                                      Por Jefferson da Silva Santos

II Gincana Cultural do CMLEM


Muita cor, alegria e garra fizeram parte da II Gincana Social e Cultural do CMLE. O espaço ficou lotado com as animadas torcidas que passaram energia positiva para as equipes. Só consegue tamanho sucesso quem concebe a educação como forma de despertar o ser humano para a descoberta de suas aptidões natas, as desenvolve, as transforma em instrumento para um futuro digno e encara o aluno como o ator principal de sua própria aprendizagem e de sua educação. Toda a comunidade escolar está de parabéns: direção, professores, corpo administrativo e de apoio, e especialmente os nossos alunos que foram as grandes estrelas desse evento.

Valeu pessoal!

Ano que vem tem mais!

Juscilaine Prado